/Manifesto Solarpunk

Somos solarpunks porque o
otimismo nos foi tirado
e estamos tentando recuperá-lo.
Somos solarpunks porque
as únicas outras opções são a
negação ou o desespero.

Solarpunk é um movimento na ficção especulativa, arte, moda e ativismo que busca responder e incorporar a pergunta "como seria uma civilização sustentável e como podemos chegar lá?"

A estética do solarpunk une o prático ao belo, o bem projetado ao verde e exuberante, o brilhante e colorido ao terroso e sólido.

Solarpunk pode ser utópico, apenas otimista, ou preocupado com as lutas em direção a um mundo melhor, mas nunca distópico. Enquanto nosso mundo enfrenta calamidades, precisamos de soluções, não apenas alertas.

Soluções para prosperar sem combustíveis fósseis, para gerenciar equitativamente a escassez real e compartilhar a abundância em vez de apoiar a falsa escassez e a falsa abundância, para sermos mais gentis uns com os outros e com o planeta que compartilhamos.

Solarpunk é ao mesmo tempo uma visão do futuro, uma provocação cuidadosa, uma maneira de viver e um conjunto de propostas alcançáveis para chegar lá.

Somos solarpunks porque o otimismo nos foi tirado e estamos tentando recuperá-lo.

Somos solarpunks porque as únicas outras opções são a negação ou o desespero.

No cerne, o Solarpunk é uma visão de um futuro que incorpora o melhor que a humanidade pode alcançar: um mundo pós-escassez, pós-hierarquia, pós-capitalista, onde a humanidade se vê como parte da natureza e a energia limpa substitui os combustíveis fósseis.

O "punk" no Solarpunk é sobre rebelião, contracultura, pós-capitalismo, decolonialismo e entusiasmo. É sobre seguir em uma direção diferente do mainstream, que está cada vez mais indo em uma direção assustadora.

Solarpunk é um movimento tanto quanto é um gênero: não se trata apenas das histórias, mas também de como podemos chegar lá.

Solarpunk abraça uma diversidade de táticas: não há uma única maneira certa de fazer solarpunk. Em vez disso, comunidades diversas ao redor do mundo adotam o nome e as ideias e constroem pequenos ninhos de revolução auto-sustentável.

Solarpunk fornece uma valiosa nova perspectiva, um paradigma e um vocabulário para descrever um possível futuro. Em vez de abraçar o retrofuturismo, o solarpunk olha completamente para o futuro. Não um futuro alternativo, mas um futuro possível.

Nosso futurismo não é niilista como o cyberpunk e evita as tendências potencialmente quasi-reacionárias do steampunk: trata-se de engenhosidade, generatividade, independência e comunidade.

O Solarpunk enfatiza a sustentabilidade ambiental e a justiça social.

O Solarpunk trata de encontrar maneiras de tornar a vida mais maravilhosa para nós agora e também para as gerações que nos sucedem.

Nosso futuro deve envolver o reaproveitamento e a criação de coisas novas a partir do que já temos. Imagine "cidades inteligentes" sendo descartadas em favor de cidadãos inteligentes.

O Solarpunk reconhece a influência histórica que a política e a ficção científica têm uma sobre a outra.

O Solarpunk reconhece a ficção científica não apenas como entretenimento, mas como uma forma de ativismo.

O Solarpunk quer contrapor os cenários de uma Terra moribunda, uma lacuna insuperável entre ricos e pobres e uma sociedade controlada por corporações. Não em centenas de anos, mas ao nosso alcance.

O Solarpunk trata da cultura maker juvenil, soluções locais, redes de energia locais, maneiras de criar sistemas autônomos funcionais. Trata-se de amar o mundo.

A cultura Solarpunk inclui todas as culturas, religiões, habilidades, sexos, gêneros e identidades sexuais.

O Solarpunk é a ideia de a humanidade alcançar uma evolução social que abrace não apenas a mera tolerância, mas uma compaixão e aceitação mais expansivas.

A estética visual do Solarpunk é aberta e em evolução. Atualmente, é uma mistura de:

  • A era das velas/nômade (mas com mais bicicletas)
  • Reuso criativo da infraestrutura existente (às vezes pós-apocalíptico, às vezes presente-esquisito)
  • Tecnologia apropriada
  • Art Nouveau
  • Hayao Miyazaki
  • Inovação estilo Jugaad do mundo não ocidental
  • Backends de alta tecnologia com saídas simples e elegantes

O Solarpunk é ambientado em um futuro construído de acordo com os princípios do Novo Urbanismo ou da Nova Pedestrianização e sustentabilidade ambiental.

O Solarpunk imagina um ambiente construído adaptado de forma criativa para o ganho solar, entre outras coisas, usando diferentes tecnologias. O objetivo é promover a autossuficiência e viver dentro de limites naturais.

No Solarpunk, recuamos a tempo de evitar a destruição lenta de nosso planeta. Aprendemos a usar a ciência sabiamente, para o melhoramento de nossas condições de vida como parte de nosso planeta. Não somos mais senhores supremos. Somos cuidadores. Somos jardineiros.

O Solarpunk:

  • É diverso
  • Tem espaço para espiritualidade e ciência coexistirem
  • É bonito
  • Pode acontecer. Agora

/Ah, mas isso é irreal para o Brasil!

Sim, sabemos que muitas coisas listadas aqui ainda estão muito longe de qualquer viabilidade prática em nosso país. Mas se você chegou até aqui outros podem chegar e assim a gente vai mudando de pouco em pouco. A velocidade da mudança pode não ser rápida o suficiente, mas é melhor do que não fazer nada. E acreditamos que pode ser que quando um certo número de pessoas começarem a trabalhar em prol desse objetivo, teremos uma aceleração nesses resultados.

/O projeto

Queremos trazer a discussão sobre o futuro da Amazônia para dentro do Media Lab/Unifesspa, provocando a comunidade acadêmica a pensar soluções tecnológicas e inovadoras que promovam esse bem-estar planetário. Nossa intenção é trabalhar pela valorização da cultura nortista, periférica, indígena, e ribeirinha, fazendo com que as tecnologias sejam aplicadas com esses saberes e não acima deles.

Dessa maneira, o projeto "Bases para a reflexão do Amazonofuturismo e da Cosmovisão Amazônica" será lançado com essa perspectiva.

A ideia de um Media Lab é não apenas de promover pesquisas de inovação tecnológica que deve influenciar em diversas esferas do conhecimento, mas também de criar um espaço para a ambientação da comunidade interna e externa à universidade com as inovações tecnológicas.

Prof. Teófilo Augusto - Coordenador Media Lab/Unifesspa